quinta-feira, 10 de outubro de 2013

TSD Podcast 38 - Octopussy Crew Entrevista + Mix

Foto por csxlab


Take a step to Dub - Quem é a Octopussy Crew? 

Octopussy Crew - A Octopussy Crew é um colectivo de 3 djs e um mc que têm como ponto em comum serem de Coimbra, apesar de o colectivo se ter formado no Porto. 

Todos têm a sua génese musical na Lusatenas como baixistas de rockabilly, guitarristas de pop indie, djs de Hip hop ou mc's de improvisação e hardcore. 

Procuramos sempre algum eclectismo na selecção, englobando várias vertentes da música electrónica (dub, Hip hop, ragga…), sempre com o bass de fundo. 

Gostamos particularmente de uma frase que um bom amigo usou para nos descrever, “De Coimbra para o mundo hellmariachi, 4tfree, zhero e Mc 3styla eliminam barreiras e apelam à dança, criando um condensado enérgico de ruído e atitude. Massivo e nada passivo.” 

TSD - Quando é que o djing entrou na vossa vida e que impacto teve? 

OC - Antes do djing veio o clubbing. Por altura de 97 todos fomos estudar para o norte (Porto, Guimarães), por essa altura o zhero e o 3styla eram os mais clubbers mas pouco tempo depois os outros acompanharam. 

Até que houve uma altura em que não havia noite de Drum'n'bass no Hard Club, e não só, que a Crew não comparecesse, neste meio fomos sempre conhecendo amigos em comum que às vezes também eram dj's ou organizadores dessas mesmas festas. 

Por volta de 2000, o zhero arranjou uns technics e uma mesa e começou a tocar em alguns spots de Coimbra e Porto. À volta disso foram-se agregando os outros membros ora como mc's, roadies, designers, etc. 

Às tantas (2001?) decidimos organizar uma festa em Coimbra no “sítio do costume” em que convidámos amigos em comum, na altura um colectivo Reggae/Dub com ligações aos Wraygunn, o zhero tocou hip hop e para terminar o Subway no d'n'b com uma perninha do Filipe Saraiva, sempre com o Mc 3styla allnightlong no toasting. Essa festa marcou e uniu muito o grupo para realmente todos serem dj's/mc's. 

O impacto do djing tem sido bom, mas sem o apoio de pessoas como o Lula, a Leonor Galvão, o Sérgio Ribeiro, o Marco Garagem, o David Rodrigues (Cosanostra), o Afonso Macedo, o Rodas, o Tilinhos e outros nunca teria sido possível. 

TSD - Como é que o Dubstep entrou na vossa vida e como vêem o actual estado? 

OC - Quanto ao Dubstep, sempre o vimos como dub “com bass mais a fundo”. 

Sempre ouvimos dub clássico jamaicano como Lee “Scratch Perry”, Augustus Pablo, as reedições da Soul Jazz. 

Para além de dub, um set de Octopussy, no início, seria algo como Asian Dub Foundation, Stereotyp e Dub Club v/a, The Bug e outros sons da Ninja Tune, Roots Manuva e restantes membros da Big Dada, algum Grime, algum UKG, algum old school hip hop, algum dancehall e algum jump up/ragga d’n’b (grande salganhada e ainda um rockzinho pelo meio). 

Ou seja tudo sons com a sonoridade “bass” bem destacada. 

Quando o Dubstep surgiu foi natural apaixonarmos nos logo pelo som. Lembramo-nos do gig do Caspa (obrigado Joões da Bass Republic) no Porto Rio em 2007, na altura que saiu o Fabriclive 37 juntamente com o Rusko. Pareciamos uns putos a dançar e a cantar as músicas no meio de uma pista mais ou menos vazia, com o Forte logo a seguir a partir ainda com mais bass. Depois disso as festas da Sandy no Gare com o Mala foram as que mais nos preencheram, tanto fora como dentro da cabine. 

Hoje em dia o Dubstep mudou muito, massificou-se de uma maneira que nunca o Drum'n'bass conseguiu (e ainda bem) e como fenómeno musical nos Estados Unidos foi-se “destruindo” por esse mundo fora. Apesar disso, na sua génese mantem-se igual, ir a uma festa da Deep Medi a Londres, por exemplo, continua a ter uma vibe muito parecida com o soundsystem original e o público continua a respeitá-lo. Existem ainda editoras “clássicas” como a DMZ, a Deep Medi, a Hyperdub, a Tempa ou a Punch Drunk que mantiveram sempre a atmosfera original e continuam a inovar. 

TSD - Em termos musicais, qual ou quais os projectos que vos têm chamado a atenção nos últimos tempos?  
OC - Por sermos 4, há evidentemente uma variedade saudável de gostos e experiências que se misturam, daí o ecletismo ser notório em pista, podemos no entanto destacar projectos como Killawatt e Ipman, Dubkasm, Gorgon Sound do Kahn e Neek e restantes membros do colectivo Young Echo (Bristol rules!), a label ZamZam Sounds, Peng Sound ou até a Night Slugs. 

A lista poderia continuar… 

TSD - Quais são os objectivos para o futuro? 

OC - Esperamos continuar a espalhar boas vibes no dancefloor por muitos anos. 

Keep the bass alive! 

TSD - Para finalizar, querem deixar alguma mensagem? 

OC - O nosso obrigado à malta de La Casa (Sassi, Leat, 3Nitá, Miso Soup e Lazy Eye). E grande abraço para os brothas Phatic, Nave Mãe, Sá, Patmac, Filipe Saraiva, Nuno Forte, Selecta Laranja, Bezegol, Cisco Loco e A Boy Named Sue.

 

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