terça-feira, 4 de setembro de 2012

TSD Podcast 28 - Mix by Neurotoxin + Entrevista



Take a step to Dub - Quem são os Neurotoxin? 

Neurotoxin - São um grupo interessado em fazer música que gostamos, sem querer estar dentro de um género muito bem definido... não é um projecto "Drum'n'bass" ou "Dubstep", apesar de todas as influências que vêem desses e de outros géneros. 

Gostamos de ouvir música para várias situações... que nos teleportam para ambientes obscuros e viagens ao interior de mente. 

TSD - Quando é que o djing/ produção entrou na vossa vida e que impacto teve? 

Phase: Eu comecei a comprar discos em 2000, nessa altura ainda nem tinha pratos. 

Comecei a misturar Drum'n'bass e a tentar produzir umas coisas com um PC. Depois com os pratos passei mais tempo concentrado na cena de Djing, e a produção ao início consegue ser um bocado frustrante... As primeiras malhas decentes só começaram a sair lá para 2007, ainda a aprender muito. 

Penso que só em 2009 soube melhor o que queria realmente fazer musicalmente, e isso conduziu à criação de Neurotoxin. 

Swift: Por volta de 2007, com o projecto Lokomotive Station, do qual o Real Phase também já fazia parte, comecei a usar a guitarra como controlador midi. 

Com a produção do album Colouring Book e o contacto com o Ableton Live reuniram-se as condições e ferramentas para começar a explorar ideias cada vez mais dentro da electrónica. 

Incendiàrio: É dificil dizer quando é que a produção começou. 

De uma forma completamente informal, just for fun, em 2003 ou 2004 brincava com software de produção, fazia alguma manipulação de samples que usava como faixas sonoras para trabalhos realizados em video. Não havia rótulo ou estilo. Era pura experimentação abstracta. 

Hoje parece-me horrivel, mas confesso que tive boa nota nos trabalhos! (risos) Só em cerca de 2010 quando comecei a frequentar mais assiduamente o estudio dos pulhas é que comecei a fazer algo mais especifico e com intuito mais definido, ainda que de forma algo precária. 

O Djing apareceu mais ou menos por volta de 2008. Depois de passar alguns anos colado ora nos estudios do pessoal ora nas cabinas das festas a observar técnicas e detalhes que cada um utilizava, decidi fazer-me aos decks. 

TSD - Como é que o Dubstep entrou na vossa vida e o que mais vos cativou nele? 

Phase: Como sigo a cena d'n'b, as primeiras cenas que ouvi foram umas malhas de Martyn, Scuba e Skream, em 2006/7. 

Não me chamou muito a atenção, e também não sabia ainda por onde procurar... O que me marcou foi um mix de Appleblim, o Dubstep Allstars vol. 6, que me deu a conhecer muita coisa, como 2562, TRG... comecei a ouvir os releases da Tempa, depois o Underwater Dancehall de Pinch, o Untrue de Burial, todas essas cenas me influenciaram bastante.. 

Mais tarde, em 2009 comecei a comprar alguns discos, para misturar e acabei também por levar mais a sério a cena dos 140bpm, assim como os 130, e outros estilos fora do d'n'b. 

Swift: Durante produções e concertos, em 2008, o Phase mostra-me o segundo álbum de Burial (Untrue), tornei-me fã, e influenciou rapidamente a forma de pensar e idealizar este estilo novo que estava a surgir. 

A partir daí produtores como Scuba, Synkro, trazem um som muito novo e limpo, que para mim conseguiram definir um Deep Bass Music com o qual me identifico e a que chamo Dubstep. 

Incendiario: Lembro-me de vir a casa de fim de semana e o Phase me passar umas malhas para ouvir. Nao me recordo ao certo em que ano foi. 2008 creio. 

Tinha malhas desde Murcof a Appleblim e Pinch, Moving Ninja, Mala, DMZ, Burial. 

Nem sabia na altura catalogar aquilo. Não sabia o que era. 

TSD - Como vêem o actual estado do Dubstep? 

Phase: Depende do que se entende por dubstep... andam aí excelentes artistas, novos e antigos, a fazer boa música que para mim é bom Dubstep, e alguns não são devidamente valorizados. 

Apesar de tudo, acho que há demasiado Dubstep genérico.. assim como no drum'n'bass ou no house.. penso que isso acontece quando todos os produtores são djs, e a cena centra-se mais no dancefloor do que na experimentação no estúdio. 

Por exemplo, sempre achei o Techno muito mais livre neste sentido, desde o início havia muito mais maradice, mais ligações à electrónica experimental, ambient, soundtrack... do que hoje em dia se vê nestes estilos (supostamente alternativos) como o Dubstep e o DnB. 

Swift: Neste momento o Dubstep não é visto com a mesma sensibilidade de há 5/6 anos atrás, acho que já tem muitos sub-géneros, e facilmente se encontra o que não se gosta neste género de música. 

Incendiario: Como todos os géneros musicais, do underground ao mainstream, acontece de tudo um pouco. há lovers e haters, como já aconteceu anteriormente com o DnB também. "ah, isto já não é dubstep!". 

Sinceramente o rótulo é o que menos me importa. Importa-me a música, e essa continua a chegar cada vez mais e melhor. 

Claro que quando se abrem as portas, também vem mais e pior, há que saber ouvir, saber filtrar o que é que nos interessa. 

Neste momento há Dubstep para todos os gostos. Dentro dos sub-géneros (chamemos-lhe assim) que ouço, não há escassez. Muito pelo contrário. 

TSD - Em termos musicais, qual ou quais os projectos que vos têm chamado atenção nos últimos tempos? 

N - Temos andado a ouvir: Ena, Actress, Kryptic Minds, Objekt, Shed, Biome, Dfrnt, Untold, Machinedrum, Akkord... e mantemo-nos atentos aos releases da Auxiliary, DeepHeads, Hotflush, Exit, Tempa... entre outras coisas. 

TSD - Quais são os objectivos para o futuro? 

N - Queremos continuar a produzir e a misturar, a fazer música e tocar. 

As bandas (Purusha e Dream Circus) também nos vão dando que fazer. 

Queremos continuar a poder fazer aquilo que gostamos. 

TSD - Uma mensagem para os nossos leitores. 

Phase: Apoiem o underground. 

Swift: Eça 

Incendiàrio: Ouçam. Ouçam muito e não fechem portas.



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